terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Como Os Professores Devem Ensinar A Língua Portuguesa

Tendo em vista a importância fundamental da linguagem em sociedade especialmente no que se refere ao domínio eficaz da leitura e da escrita, transformações profundas começam a acontecer, ou pelo menos, foram propostas, no final do século passado em relação ao ensino de língua materna no Brasil. No pensamento de Freire entendemos: “Ensinar exige risco, aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico. O velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca uma presença no tempo continua novo”. (FREIRE, 1995).
Ensinar uma língua requer uma busca constante do “novo” para as mudanças que ocorrem no tempo, mas não devemos deixar de lado o que é velho, pois o velho são as experiências já vividas e mostradas no seu todo, dando e servindo de uma base sólida para saber administrar o novo.
No contexto educacional atual, é necessário assumir o pressuposto de que a língua se realiza em uso nas práticas sociais, nas quais os sujeitos agem. Desta forma, definem a finalidade do ensino de língua materna, que é garantir a expansão das possibilidades de uso e reflexão da linguagem em situações significativas de interlocução, adquirir capacidade para outras situações de uso de fato às quatro habilidades: falar, escutar, ler, e escrever, bem como tomar o texto como unidade básica de trabalho, considerando a diversidade de textos que circulam socialmente.
Hoje em dia em todos os aspectos, pode-se dizer que é difícil para o educando ensinar gramática sem desassociá-la a sua língua, pois para o aluno o ensino da gramática se tornou algo muito abstrato de difícil entendimento, embora ele faça uso dela sem perceber.
É importante que o professor valorize, primeiramente, a gramática que o aluno já possui, ou seja, a gramática internalizada, para que o aluno possa associá-la, com a normativa, pois ambas fazem parte de nossas vidas.
O professor deve mostrar ao aluno, que dependendo do meio social em que se encontra, usará outras variações lingüísticas, ou seja, é preciso ter um pequeno entendimento da gramática normativa para que ele possa se expressar com coesão e coerência.
A fala, assim como a escrita, é meio de comunicação, interação e ambas possuem regras. Ao ensinarmos a gramática dentro de suas variações, é necessário mostrar que ela, sobretudo, terá que ser coerente dentro de suas construções frasais. O ensino da gramática precisa ser contextualizado com a realidade do aluno, para que este interaja e tenha uma boa compreensão. Percebendo, assim, que o uso desta faz parte do seu dia-a-dia.
Desta forma, a gramática deixará de ser algo abstrato, de difícil entendimento e passará a era mais significativa ao aluno, à sua realidade. Não só o aluno, mas também, o professor aprende muito com esta realidade de sala de aula, já que a escola é o lugar de ensino aprendizagem, lugar de interação. Neste caso, o docente tem o papel de instigar seus alunos, provocando avanços, ele é mediador do conhecimento, não aquele que apenas ensina, mas é aquele que consegue refletir e aprender com seu discente, com a realidade deste, buscando sempre a maneira mais prazerosa de ensinar e aprender.

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